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PARTO HUMANIZADO

07/04/2016 15:45

 

PARTO HUMANIZADO

 

Parto humanizado: 'A dor faz parte, mas a sensação final é mágica'

PAULA FELIX - O ESTADO DE S. PAULO

Nascimento sem traumas se torna meta não só de mães, mas de instituições; debate sobre redução das cesáreas ganha fôlego

SÃO PAULO - O ano de 2015 já pode ser considerado um dos mais importantes para questões relacionadas à maternidade. Em São Paulo, a lei que impede constrangimentos a mulheres que amamentam em público foi sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em abril. Em dezembro, foi a vez do governador Geraldo Alckmin (PSDB) expandir a determinação para todo o Estado. Campanhas contra a violência obstétrica ganharam as redes sociais e geraram trocas de experiências entre mulheres de várias partes do País. Ainda no ano passado, os debates sobre a importância de reduzir as taxas de cesarianas no Brasil ganharam mais fôlego.

O parto sem traumas está se tornando uma meta não só das mães, mas das instituições de saúde. Na capital, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, o porcentual de episiotomias (corte realizado entre a vagina e o ânus) em partos normais tem caído ano após ano. Em 2013, a taxa de procedimentos no primeiro parto era de 40,63%. Passou para 31,49% e, no ano passado, foi para 25,59%. Em 2015, ao todo, foram realizados 55.213 partos, dos quais 37.560 foram vaginais.


Emoção. A enfermeira Aliana Maria Cordeiro Santos, de 34 anos, planejou o momento da chegada de Gustavo, que nasceu no último dia 11. Terminou a graduação, fez uma especialização em obstetrícia e se preparou para um parto normal. "Além dos cursos, cheguei a fazer uma sessão de acupuntura na preparação para o parto que foi maravilhosa."

Ela diz que o parto, que durou mais de seis horas, superou suas expectativas. "A emoção de pegar o bebê no colo após um parto normal não tem preço, já tinha percebido no meu acompanhamento de parto, queria viver isso. É um momento único. A dor faz parte do processo de nascimento, mas a sensação final é mágica." Ela teve a companhia do marido, com quem é casada há 11 anos. "Meu marido ficou bem tranquilo, assistiu a tudo e não ficou ansioso." Segundo Anke, os pais estão presentes em 98% dos partos no local.

A partir da ruptura da bolsa, foram 12 horas de trabalho de parto até Claraliz vir ao mundo. Além do marido, a publicitária Chiara Petrucci, de 28 anos, teve o apoio da irmã. "Ela atuou como doula. Até pensei em desistir, mas ela foi me ajudando. Aqui, recebi apoio emocional e fui acolhida com muito amor."

Amparo Maternal e o Hospital Santo Antônio, unidade filantrópica do Hospital Beneficência Portuguesa que abriu uma ala exclusiva para a realização dos procedimentos. A capacidade do local é de 400 partos por mês.

"Qualquer usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) pode ter acesso ao parto humanizado, geralmente por proximidade geográfica da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência", diz a secretaria. Para as interessadas em ter um bebê nas casas de parto, há pré-requisitos. "A gestação deve ser de baixo risco, ou seja, gestação única, apresentação cefálica, exames de pré-natal com resultados normais, não ter tido parto cesárea anterior, ausência de doenças prévias ou gestacionais como diabetes, hipertensão, entre outros." ESTADÃO/ABRIL/2016.

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