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NA LINHA DE RISCO(DOR NAS COSTAS PODE SER PERIGOSA)

21/05/2014 10:15

NA LINHA DE RISCO; AQUELE INCÔMODO NAS COSTAS, POR VEZES LEVE, QUE ATÉ PASSA COM UM REMÉDIO AQUI,UMA COMPRESSA ALÍ, PODE ESCONDER UM QUADRO PREOCUPANTE. A DOR NESSA REGIÃO, QUE ENGLOBA PESCOÇO, OMBRO, COLUNA E LOMBAR, JÁ É CASO DE SAÚDE PÚBLICA GLOBAL. SEGUNDO DUAS PESQUISAS AUSTRALIANAS PÚBLICAS EM MARÇO NO PERIÓDICO INGLÊS ANNALS OF THE RHEUMATIC DISEASE, A PRINCIPAL CAUSA DE INVALIDEZ NO MUNDO SÃO AS LOMBALGIAS(DORES QUE ATINGEM ESPECIFICAMENTE A LOMBAR).LEVAM TAMBÉM A CULPA POR BOA PARTE DOS DIAGNÓSTICOS DE INCAPACIDADE QUE AFASTAM DO EMBIENTE PROFISSIONAL.

AMBOS OS ESTUDOS SÃO ANÁLISES APROFUNDADAS DE DADOS DO GLOBAL BURDEN OF DISEASE 2010, LEVANTAMENTO DIVULGADO EM 2012 QUE AVALIOU A PREVALÊNCIA DE 291 DOENÇAS EM 187 PAÍSES DURANTE 20 ANOS. O TRABALHO DA UNIVERSIDADE MONASH, NO ESTADO DE VICTÓRIA, INDICOU QUE QUASE 10% DAS PESSOAS SOFREM DE DORES NA REGIÃO LOMBAR. E A TENDÊNCIA DE AUMENTO DOS CASOS É EVIDENTE: O NÚMERO DE AFETADO COM O PROBLEMA, QUE ERA DE 58,2 MILHÕES EM 1990, SUBIU PARA 83 MILHÔES EM 2010. A SEGUNDA PESQUISA, DA UNIVERSIDADE DE SYDNEY, MOSTROU QUE UM EM CADA TRÊS CASOS DE INVALIDEZ NO TRABALHO (OU 22 MILHÔES NO MUNDO) É CAUSADO PELA DOR LOMBAR. "A INCAPACIDADE PROVOCADA POR LOMBALGIAS ESTÁ CRESCENDO. É URGENTE QUE GOVERNOS E INSTITUIÇÕES PRESTEM ATENÇÃO NISSO", DISSE A CLAUDIA DAMIAN HOY, UM DOS COORDENADORES DA GLOBAL BURDEN OF DISEASE E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE QUEENSLAND, NA AUSTRÁLIA. O ESPECIALISTA AFIRMA QUE ESSE TIPO DE DOR ATINGIRÁ QUASE TODAS AS PESSOAS PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA. AS ESTIMATIVAS GERAM EM TORNO DE 80% DA POPULAÇÃO.

NO BRASIL, AS ESTATÍSTICAS E PROJEÇÕES SE CONFIRMAM. ESTUDO DO INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(UERJ) CONCLUIU QUE 30 EM CADA 100 SEGURADO DA PREVIDÊNCIA SE APOSENTA POR INVALIDEZ DECORRENTE DE DORES NAS COSTAS A CADA ANO. O ORTOPEDISTA ALEXANDRE PODGAETI, CORDENADOR DO COMITÊ DE COLUNA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA(SBOT), PORÉM, FAZ UMA RESSALVA. "NEM TODO MOTIVO DE DOR NAS COSTAS É DETECTADO POR EXAMES. DEPENDEMOS DA SINCERIDADE DOS PACIENTES PARA SABER SE REALMENTE SOFRE DO MAL." ISSO NÃO SIGNIFICA QUE OS DADOS SEJAM SUPERDIMENSIONADOS, MÁS FICA UMA LEVE DÚVIDA ENTRE OS ESPECIALISTAS EM DETERMINADAS SITUAÇÕES.

ALÉM DE CAUSAS FÍSICAS, COMO HERNIA DE DISCO E DESGASTES DEGENERATIVOS QUE CHEGAM COM A IDADE, O COMPORTAMENTO MODERNO AFETA DIRETAMENTE A SAÚDE DA COLUNA.

GERAÇÃO PREGUIÇA; - Nas últimas décadas diminuimos os movimentos diários, que fortalecem e alongam a musculatura. E, quando nos movimentamos, em geral é de maneira errada. Entre os fatores responsáveis por isso estão o sedentarismo, a obesidade e a má postura - reforçada pelo hábito de manter os olhos gravados no  smartfone, forçando o pescoço para baixo, e o leptop no colo. Contribuem, tambem os moveis e equipamentos do trabalho, que deixam a desejar em ergonomia, e o stress que tenciona a musculatura até travar tudo.

"Alem disso, há mais profissôes que passamos horas sentados. Muitas vezes de forma incorreta", diz o neurocirugião Alexandre Elias, especialista em coluna do hospital Nove de Julho, em São Paulo, e membro do Instituto Simbidor, que organiza simpósios internacionais e cursos sobre dor para médicos. O tabasgismo tambem prejudica as costas. Os cientistas afirmam que as substâncias tóxicas associadas ao cigarro atrapalham a irrigação dos músculos e os enfraquecem o que pode resultar em dor.

PERIGOSAS COMBINAÇÔES: - No caso específico das mulheres, se associam aos maus hábitos contenporâneos algumas características próprias. A lordose, por exemplo, acentuação da curvatura natural no final da coluna, é típica da anatomia feminina."Mais sensível, portanto, aos reflexos da má postura, ocasiona a hiperlordose", diz Podgaeti. A curvatura excessiva, juntamente com a postura incorreta, leva a lombalgia.

A dupla salto alto e polsa pesada é o pesadelo dos especialistas em coluna que tratam o público feminino. O salto provoca o encurtamento dos músculos da parte de trás das pernas e pressão na lombar. Já a bolsa pode comprimir vértebras e desviar a espinha. As  mulheres são mais suscetíveis ao ganho de peso e à osteoporose, o que afeta diretamente a coluna. Más, apesar da perda de gordura e o fortalecimento dos ossos serem essenciais para elas, é preciso ter cuidado com as atividades de impácto. "Dependendo do quadro de dor, nem a caminhada é recomendada", diz o reumatologista Jamil Natour, professor da (Unifesp).

QUANDO A CIRURGIA É A SOLUÇÃO - ALESSANDRA VELASCO, 38 anos, diretora da Hermés para América Latina "Sempre pratiquei muito esporte; corrida, boxe, ciclismo. Quando senti um incômodo na região lombar, em novembro de 2012, não levei a sério. Achei que era uma dor muscular causada pela intensidade dos exercícios e agitação diária. Viajo muito a trabalho, passo horas em avião, noites e noites em camas de hotel. Más um dia fui simplesmente caminhar e não consegui. Os exames mostraram uma hérnia pequena, sem indicação de cirurgia. tomei medicamentos, me submeti a fisioterapia e acupultura. Nada resolvia e a dor só aumentava. Cancelei todas as viagens a trabalho. Não andava mais que 15 minutos. O médico não entendia. O exame de ressonância não indicava nada anormal. Insisti que desejava ser operada. A princípio ele não queria. Más diante das minhas dores fortes e nenhuma possibilidade de solução, ele cedeu. Enfrentei a cirurgia há três semanas. A surpresa foi encontraram uma hernia maior, comprimida no nervo, que não aparecia nos exames. A dor já diminuiu e em quatro meses espero voltar a correr."

Um estudo do Hospital do coração (HCor) em São Paulo, com 240 praticantes de corrida, revelou que as dores nas costas afeta mais as mulheres, atingindo 49,5 % delas ante 39,3% dos homens. Entre todos os participantes da análise, 70% conviviam com dores lombares e 30% com dores cervicais, provando que esportes de impácto podem agravar proplemas na coluna. O estudo destacou ainda que, em geral, mulheres acima do peso tem um risco 50% maior em relação aos homens de desenvolver dores na região. Elas devem ficar atentas tambem a outro complicador; a fibromialgia, sindrome que provoca dores constasntes no corpo por longos períodos, atingindo-as sobretudo entre os 20 e 50 anos. Segundo o neurocirurgião Elias, Se já existe um quadro problemático nas costas, a síndrome intensifica as dores.

NÂO ESPERE PIORAR--- Ninguem deve imaginar que tem que suportar a dor nas costas para sempre, enganando nos momentos de crise com relaxante muscular. É a negligência que leva a invalidêz. "Não é qualquer dorzinha que deixa o indivíduo incapaz. No entanto, uma dor leve que não seja diagnosticada corretamente pode mascarar uma doença grave, como tumores, fraturas, inflamações, infecções e disturbios neurológicos" afirma o reumatologista Natour. Já no caso das temidas hérnias de disco, é diferente. "Há quem conviva com elas sem sentir nada a vida toda. "É, contrariando o que muita gente pensa, nem sempre exige cirurgia.

É importante diferenciar a dor crônica da aguda. É considerada crônica a que ultrapassa três semanas, mesmo que de leve intensidade. A aguda não passa desse tempo, más causa grande sofrimento, nunca é leve e exige atendimento imediato. Nos dois casos é necessário avaliação médica para saber se bastam repouso e remédios ou se é indicada uma investigação mais detalhada. Quando há necessidade de cirurgia, as internações são pouco evasivas, e o tempo de recuperação, que era de meses, caiu para cerca de três semanas.O que predomina em relação aos tratamentos são recursos já consagrados, como fisioterapia, reeducação postural global(RPG) acupultura, hidroterapia e medicamentos específicos.

"Não se trata apenas de saúde. É também uma questão social, que afeta as relações pessoais e de trabalho, Mudar o comportamento das pessoas é urgente". Cuidados como manter a espinha ereta, não sobrecarregar as articulações, escolher bem colchões e trabesseiros, alterar o uso de salto alto com solados baixos e dividir o peso que vai na bolsa  em outra sacola são medidas simples que fazem enorme diferença. Acrescente à lista abandonar o cigarro.

Os especialistas recomendam atividades como natação, hidroginástica, ioga, pilates e musculação, que conjugam exercícios de força e de alongamento. Assim, os músculos abdominais e das costas ficam firmes e sustentam a postura. Esportes de impácto so podem ser praticados com o aval médico.

A invalidez é um caso extremo, claro, mas a dor constante e moderada já faz estragos significativos; afeta sono, humor, disposição e ganha dimensões emocionais e físicas que atrapalham as relações. Nem mesmo a depressão está descartada como consequência. Preserve a saúde das costas, portanto, entra no rol de transformações que priorizam a qualidade de vida.

O PAPEL DA TERAPIA -- CIBELE KLARKIN. 35 ANOS - Educadora física e artesã "Há quantos anos parei de dar aulas de educação física por causa de problemas na coluna. Apareceu uma lombalgia, sem explicação, meses após o nascimento de minha filha. Eu tratava, ficava de cama. Sentia uma dor que me impedia de respirar. Os médicos descobriram uma pequena hérnia e me submeti a tudo: RPG,acupuntura, remédios. Nada melhora de fato; apenas alivia. Não fico um minuto sem dor. Com o tempo eu fui diagnosticada com fibromialgia, que já é um estado constante de dor pelo corpo e que, na região lombar, piora ainda mais. Voltei a enfrentar uma sequência de crises no ano passado. Duas vezes por semana, parava no hospital. Foi no auge da crise no meu casamento que acabou há cinco meses. Após a separação as dores diminuiram um pouco. Não sou, porém, uma pessoa que leva a vida normal, que realiza movimentos como qualquer um. A terapia me ajudou bastante assim como os antedepressivos e o artesenato com biscuit, que agora tambem é o meu ganha-pão. Devido a uma crise financeira, perdi meu plano de saúde e não consigo fazer os exames que o reumatologista pediu. Não sei se vou ter que operar".(Revista claudia 2014)

 

 

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